terça-feira, 29 de março de 2011

Atravessadores

Fonte:http://www.nadaver.com/atravessadores-de-parede/


Atravessador¹: Indivíduo que compra mercadorias para monopolizar o mercado.
No contexto mais próximo a nossa região, podemos definir o atravessador como o intermediário entre o agricultor e o empresário.
Mais que uma perda econômica para os agricultores essa submissão frente aos atravessadores representa uma fragilidade política e social, onde a população é carente de informação, incentivo e conseqüentemente de organização com os demais membros socias, de forma que não encontram outra alternativa, a não ser a submissão. Um grande problema que percebo em Presidente Dutra é falta de confiança dos agricultores em Associações e Cooperativas, inúmeras nascem e somem sem deixar rastro, acredito que somente quando os produtores perceberem a real importância da união é que conseguiremos dar esse passo econômico importante, de formar uma instituição forte e participativa, e com isso vender a produção de pinha a um valor justo. Para isso precisam conhecer as práticas necessárias para se vender bem a produção, o atravessador não enche o caminhão para sair vendendo entre as cidades, eles conhecem o mercado, sabem as reais oscilações do preço, tem compradores certos. Precisamos dá um passo a frente e só conseguiremos isso com união.

4 comentários:

  1. Reflexão interessante. Infelizmente, temos dois fatores desfavoráveis: a falta de cultura de organização em cooperativas por parte dos trabalhadores. Infelizmente, as cooperativas de nossa região, em sua maioria, só tem o nome, são na verdade, pequenas sociedades anônimas onde apenas meia dúzia se favorece realmente com os ganhos. É a realidade de Irecê, Jussara e Uibaí. Por outro lado, temos um forte cartel de grandes cerealistas e outros comerciantes que dominam o processo de circulação e combatem qualquer iniciativa que possa enfraquecê-los. Mas as pessoas estão querendo se organizar. Precisamos formar uma força para apoiar isso e aumentar.

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  2. Olá minha amiga de infância, (mesmo sendo bem mais jovem que eu) é uma grande honra poder acompanhar, participar e de alguma forma contribuir com o desenvolvimento deste teu belo trabalho neste blog. Quero aqui dividir o que eu penso em relação ao ATRAVESSADOR :
    1- Acho eu que o atravessador é um dos maiores responsáveis pelo lento desenvolvimento de nosso município, pois retém para si grande parte do lucro que deveria ficar com quem realmente é digno de receber, que é o trabalhador rural.
    2- Os atravessadores, e principalmente em nossa cidade (como sabiamente disse Regmendes) são mal educados em matéria de deveres de empregador, pois, exploram os empregados, pagando-lhes apenas as horas trabalhadas, deixando de recolher todos os outros benefícios que as leis trabalhistas lhes garantem.
    3- Há depósitos de pinha em Presidente Dutra que tem mais que 50 pessoas que trabalham de segunda a sábado, do primeiro cantar do Galo ao último raio de Sol, entra ano e sai ano, sem que tenha direito a descanso semanal remunerado, férias remuneradas, décimo terceiro salário, auxilio doença e o tão desejado seguro desemprego. Infelizmente, o nosso povo é mal orientado, e carente, e por isso tende a aceitar trabalhar cumprindo horário, fazer inúmeras horas extras todos os dias, e nunca receber um adicional, como se não fosse, assim como qualquer outro, um empregado.
    Art. 3º CLT- “Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário”.
    Quantas pessoas conseguiríamos enquadrar em Presidente Dutra na definição de empregado dada pelo artigo 3° da CLT? E quantas pessoas será que de fato, estão com registro em carteira, e recebem todos os benefícios que lhes são assegurados por lei?
    4- É com o dinheiro destes benefícios que são surrupiados dos trabalhadores, que os atravessadores compram suas picapes e constroem seus palacetes, ao passo que os trabalhadores ficam sempre sujeitos à mais um dia de trabalho para poder comprar mais uma vez o pão de cada dia.

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  3. Quero aqui também alertar para o seguinte. Houve uma época em que se confundia em nossa região o trabalhador rural com o proprietário rural, pois o mesmo que plantava, colhia. No entanto, hoje não mais acontece isto, ao menos não com os que trabalham com a pinha irrigada, pois estes agora são empresário rurais, o que na minha opinião, pouco difere dos atravessadores, pois da mesma forma exploram os trabalhadores, pagando-lhes uma mixaria, sem se quer oferecer os instrumentos de trabalho, seja pincel, alicates ou equipamentos obrigatórios na aplicação de agrotóxicos. Estes produtores pegaram o lado maquiavélico dos atravessadores, e passaram da condição de explorados (quando todo o seu lucro ficava com o atravessador) e passaram a explorar, pois descobriram que não é trabalhando que se ganha dinheiro, e sim, colocando para trabalhar em seu lugar.
    Em relação às associações e cooperativas, eu acredito que é o meio mais rápido e seguro de se desenvolver, pois todos serão fiscais de tudo, e buscarão as melhores formas para progredi, pois são diretamente interessados. Em outros Estados do Nordeste e em alguns do Norte tem cooperativas conseguindo atrair mercados de muitos lugares, valorizando de forma gradativa produtos que eram tido como de pouco valor.

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  4. Sandila, parabéns pelo blog e pelo trabalho. Tecnicamente, muito bem redigido! Vou acompanhar. Beijos

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