domingo, 28 de agosto de 2011

Maquiavel e a Política

Resolvi dá meus primeiros passos na escrita sobre a política e para isto a melhor forma de começar ao meu ver, é com a leitura do livro O Príncipe de Nicolau Maquiavel, obra tão questiona e criticada, mas no fundo desconhecida pela maioria das pessoas. Maquiavel, apesar de ser um dos mais conhecidos escritores da filosofia política, não pertenceu a nenhuma escola e não deixou sucessores, sua obra prima  O Príncipe, foi escrita durante um exílio e presenteado ao Magnífico Lourenço de Médicis, o livro foi escrito a partir de informações feitas por Maquiavel, enquanto funcionário da república de Florença.
Ao fim da leitura não entendo porque a partir deste livro surgiu o termo Maquiavélico referindo-se a uma pessoa cruel, usaria o termo para designar um grande pesquisador e historiador, acredito que no livro O Príncipe encontra-se o maior acervo de governo de Príncipes, Reis e Imperadores da Ásia, África e Europa, contando suas vitórias, derrotas e os meios utilizados por eles para chegar a tal fim. Não vou me prolongar, pois não tenho a intenção de fazer uma resenha sobre o livro, no entanto separei algumas passagens para serem discutidas no decorrer do texto.
"Defensor dos estados vizinhos menos potentes e cuidar de enfraquecer os mais potentes."
"Se vingam das pequenas ofensas e não das grandes."
"Para conhecer bem a natureza do povo, é necessário ser príncipe, para conhecer a natureza do príncipe é necessário pertencer ao povo."
"Pois as injúrias podem ser todas feitas de uma só vez, para que, durando pouco tempo, marquem menos. Os benefícios devem ser feitos pouco, para serem melhor saboreadas."
"Portanto um príncipe sábio deve pensar no modo em que os seus cidadãos, sempre e em qualquer tempo, precisem do Estado e dele."
"Um príncipe deve estimar os nobres, mas não fazer-se odiar pelo povo."
"Deve, além disso, nas épocas convenientes do ano, manter o povo ocupado com festas e espetáculos."
"Porque os homens são muito mais condicionados pelas coisas presentes do que pelas coisas passadas. Quando encontram valor no presente, desfrutam-no e não buscam outra coisa."
O capítulo que mais me chamou a atenção foi o "XVIII Os Príncipes e a Palavra Dada"
"Príncipes que alcançaram grandes coisas, sem manter promessas feitas e que souberam, com astúcia, confundir a mente dos homens"
"É preciso ser raposa, para conhecer as armadilhas, e leão, para aterrorizar os lobos."
"um príncipe prudente não pode, nem deve, manter a palavra dada, quando lhe for prejudicial e as razões que o fizeram dar a palavra não mais existirem. Se todos os homens fossem bons, este preceito não seria bom, mas como são malvados e não a manteriam para ti, tu, também, não deves mantê-las para eles. Para um príncipe, nunca lhe faltaram motivos legítimos para disfarçar a quebra da promessa."
"A um príncipe portanto, não é necessário ter, de fato, todas as qualidades acima descritas, mas é bem necessário parecer tê-las."
"Clemente, leal, humano, íntegro e religioso."
Os escritos de Maquiavel objetivam a aconselhar o monarca como manter o Estado forte, protegido contra invasores e descontentamento popular. Por mais que seus conselhos possam ser utilizados atualmente, não podemos esquecer que foram escritas no século XVI, não podendo ser analisadas e criticados com o nosso censo crítico atual, onde prevalece a democracia.
"Não se deve desviar do bem,, se possível, mas saber sempre como usar o mal, se necessitar."
"Um príncipe deve conquistar e manter um Estado. Os meios serão sempre considerados honrosos e por todos louvados. Porque o vulgo atenta sempre às aparências e ao resultado e no mundo só existe o vulgo."
Pretendia terminar esta breve alusão  a Maquiavel com sua célebre e provavelmente mais conhecida frase "os fins justificam os meios", no entanto não será possível, pois ao terminar a leitura percebi não ter encontrado esta frase no livro e através de pesquisas, descobri que ela provavelmente foi forjada por aqueles que não compreenderam sua riquíssima obra.


*Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Os_fins_justificam_os_meios